Vista por muitos como uma doença do passado, a tuberculose continua sendo a primeira causa de morte por doença infecciosa no mundo. Atualmente, 1,5 milhão de pessoas morrem em consequência dela por ano, sendo 4,5 mil no Brasil, de acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Anualmente também são registrados 75 mil casos no país, taxa que está entre as 30 maiores do planeta. Os números devem aumentar ainda mais com a pandemia de Covid-19 e profissionais de saúde afirmam que, enquanto as pessoas com a infecção latente da tuberculose não forem tratadas antes de desenvolverem a doença, continuaremos a “enxugar gelo”, pois ela continua a se expandir. Estima-se que 1/4 da população mundial tenha a infecção latente, por isso é preciso prevenir que essas pessoas adoeçam, de acordo com especialistas.
Pesquisadores no mundo todo vêm se dedicando a estudar mais medicamentos que possam ser usados nesse cenário. Um dos estudos mais recentes, publicado nesta semana na revista científica Annals of Internal Medicine, sob a coordenação do médico Dick Menzies, da McGill University, no Canadá, mostrou que há um remédio cujos custos para os governos são mais baixos que a atual isoniazida, usada na maioria dos casos de tuberculose, inclusive no Brasil. A rifampicina, que já se sabia ser mais segura — com menos efeitos adversos — e tão eficaz quanto a isoniazida, agora se mostrou também ser mais vantajosa em termos financeiros.
— A pesquisa foi feita com cerca de 6 mil pessoas em nove países, que foram divididos em três grupos. Concluímos que o uso da rifampicina no grupo que chamamos de renda média, do qual o Brasil fazia parte, reduziria os custos do tratamento em 10%, quando comparado com o tratamento com a isoniazida — afirma a infectologista brasileira Mayara Lisboa Bastos, uma das autoras do estudo, doutoranda em Medicina Social da Uerj, atualmente na McGill University.
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