A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou, nesta quinta-feira (08/12), o desbloqueio de R$ 210 milhões de seu orçamento para quitar o pagamento do mês de dezembro de 200 mil bolsistas. O valor deve ser depositado na conta dos pesquisadores e bolsistas até a próxima terça-feira (13/12), de acordo com o Ministério da Educação (MEC). Na última terça-feira (06/12), a entidade tinha confirmado a falta de recursos para honrar o pagamento de estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado. O anúncio desencadeou uma onda de protestos e indignação pelo país. A ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos), a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a Ubes (União Brasileira dos Estudantes) recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o corte promovido pela administração do presidente Jair Bolsonaro nos estertores de sua gestão do governo federal, que será comandado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a partir de 01 de janeiro.
O Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro (IMS/UERJ) manifestou repúdio ao corte, que afetaria quase 60 estudantes de seu corpo discente. De acordo com os diretores, \”acompanhamos, Direção e Coordenação da Pós-graduação, a situação, que é de fato bastante grave, e estivemos buscando soluções para minimizar seu impacto a curto prazo. Temos, hoje, 58 bolsistas da Capes (mestrandos e doutorandos) e nos preocupamos com a estabilidade financeira e com as condições de pesquisa de nossos pesquisadores. Somos um Instituto de excelência acadêmica e científica no campo da Saúde Coletiva. O corte nas bolsas representa um golpe duro aos pesquisadores que se dedicam ao campo e à produção de conhecimento de qualidade, que é revertido à sociedade através de políticas públicas e pensamento crítico. Continuamos em contato com o Coletivo de Estudantes para nos ajudar no mapeamento daqueles em situação de maior vulnerabilidade. Permanecemos atentos aos desafios do cenário em pesquisa científica para debater a questão e avaliar os riscos à frente\”.
A posição do IMS aconteceu paralelamente à movimentação da ANPG, que convocou paralisação dos bolsistas; da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que condenou mais um ataque do governo à ciência; e dos Centros Setoriais da UERJ, que expressaram preocupação com a \”tragédia\” que o contingenciamento da verba representa.