O Instituto de Medicina Social da UERJ foi criado, no fim da década de 60, por um grupo de professores da Faculdade de Ciências Médicas que percebeu a necessidade de aprofundar e sistematizar reflexões sobre as questões de saúde. Desde sua fundação, o IMS vem se caracterizando pela interdisciplinaridade, espírito crítico, compromisso com a realidade social brasileira e respeito ao livre debate de ideias. Com esta concepção, centrou seus objetivos na formação em pós-graduação e nas pesquisas sobre a saúde das populações e áreas correlatas.
Em seus mais de 50 anos de existência, nosso programa de pós-graduação, criado em 1974 com o título de Medicina Social e que em 1987 foi renomeado de Saúde Coletiva, se organiza em três áreas de concentração: Ciências Humanas e Saúde; Epidemiologia; e Política, Planejamento e Administração em Saúde. Em 1986, com o objetivo de difundir a produção de conhecimento científico e promover maior cooperação entre o IMS e outras instituições, foi criado o Centro de Estudos e Pesquisa em Saúde Coletiva (CEPESC) – hoje denominado Centro de Estudos, Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Saúde Coletiva.
O Doutorado em Saúde Coletiva iniciou-se em 1991, com uma flexibilidade curricular que privilegia a relação orientador-orientando. A partir de 2000, em parceria com o Ministério da Saúde ou outras instituições de saúde, vêm sendo oferecidos cursos na modalidade de Mestrado Profissional em Administração de Saúde em três áreas específicas: Gestão de Tecnologias de Saúde, Gestão de Sistemas de Saúde e Epidemiologia e Vigilância em Saúde.
Dentro da especialização lato sensu, desde a década de 1970 vários cursos já foram ministrados para profissionais que atuam ou têm interesse em nas áreas de Administração Hospitalar, Medicina do Trabalho, Ensino e Saúde, Gênero e Sexualidade e Gestão em Saúde.
Nosso programa de pós-graduação tem contribuído para a formação de pessoal capacitado para ensino, pesquisa e prestação de serviços, bem como para a formulação de novos rumos para o setor, através da produção dos professores e da inovação de suas pesquisas – que combinam Psicanálise, História da Medicina, Cultura, Epidemiologia, Planejamento e Políticas Sociais. A grande diversidade temática das pesquisas desenvolvidas no IMS sempre valorizou o caráter interdisciplinar na abordagem de problemas contemporâneos, como direitos reprodutivos, determinantes sociais e ambientais da saúde e da doença, violências e seus efeitos, doenças emergentes e negligenciadas, envelhecimento, medicalização, reforma psiquiátrica, saúde global, impacto social e subjetivo de novos diagnósticos e tecnologias de saúde, integralidade nos cuidados, avaliação do complexo médico-industrial, modelagens complexas para compreensão de processos saúde-doença, uso de grandes bancos de dados em saúde, entre outros.
Os inúmeros alunos formados pelo IMS ao longo de sua existência vêm reproduzindo em outros locais os ensinamentos aqui adquiridos, possibilitando a criação de outros cursos em várias instituições no país. Em 2012, alcançamos a nota máxima (7) pela avaliação da CAPES, o que indica que crescemos com qualidade avaliada por nossos pares. Contamos atualmente com 60 grupos de pesquisa que se distribuem entre as 18 linhas em desenvolvimento. Além disso, as 40 parcerias com instituições de outros países têm fortalecido o caráter internacional de nosso trabalho.
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