Uma nova estratégia para a enfermagem no SUS
O Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, o Republica.org e o Instituto de Medicina Social da UERJ organizaram um seminário no dia 22 de julho sobre o estado da arte dos desafios da enfermagem, com o propósito de criar uma agenda conjunta de pesquisa e prática para a enfermagem no Brasil. Além dos palestrantes, participaram diversos especialistas e acadêmicos da área, especialistas de organizações internacionais e organizações de grantmaking interessadas em saúde.
O evento contou com alguns dos principais especialistas do tema no mundo: Karen Daniels, especialista da Organização Mundial de Saúde, apresentou os resultados do relatório State of Nursing, com a fronteira da pesquisa na área. Joanne Spetz, professora da Universidade da Califórnia, discutiu os desafios de formação inicial de enfermeiras, a necessidade de treinamento em liderança e colaboração, as desigualdades urbano/rurais na presença destes profissionais, e o impacto da pandemia da COVID-19 na oferta de trabalho da enfermagem. Jim Buchan, editor do journal Human Resources for Health e professor da Universidade de Pensilvania, um dos principais periódicos da área, focou sua fala em questões fundamentais para gestores do SUS: como formar, selecionar, motivar e reter enfermeiras no SUS e quais as combinações de habilidades mais efetivas entre profissionais.
A segunda parte do seminário, com os Desafios e prioridades de pesquisa sobre políticas e gestão na área de enfermagem no Brasil ocorrerá no dia 29 de julho e contará com palestras de Mônica Padilha (OPAS), Marina Peduzzi (USP), Ítalo Rodolfo Silva (UFRJ) e Francisca Valda (ABEn), além da participação de representantes de organizações da área de enfermagem especialistas e acadêmicos brasileiros, bem como outros especialistas e
pesquisadores sobre formação e o mercado de trabalho em saúde. Com base nos dois seminários, o grupo vai desenhar uma estratégia comum para orientar a agenda de pesquisa em enfermagem no Brasil.
São relativamente poucas as publicações sobre prioridades de pesquisa sobre a força de trabalho em saúde, menos ainda sobre fontes de financiamento e envolvimento de gestores e decisores na definição de uma agenda de pesquisa relevante e apropriada. Assim, parece
relevante identificar quais são as preocupações políticas em saúde e as prioridades de pesquisa para os diferentes atores interessados.