Foi realizado na manhã da última segunda-feira, 4 de março, no auditório do Instituto de Medicina Social da UERJ, o ato de transmissão da direção da unidade. Concluído o mandato da Professora Cláudia Lopes (gestão 2020-23), assumiu o cargo de Diretor o Professor Mário Dal Poz, eleito pelo voto de docentes, estudantes e funcionários da unidade para o período 2024-27.
Participaram também do ato a Reitora da UERJ, Gulnar Azevedo, professora titular e ex-diretora do IMS, o diretor do Centro Biomédico, Professor Mario Fritsch, e o vice-diretor do Instituto, Professor Rossano Lima, cujo cargo, após completar um segundo mandato no final de março, será ocupado pelo Professor Washington Junger.
Além de docentes, funcionários e estudantes da casa, que preencheram a capacidade do auditório, o ato foi prestigiado por diversas autoridades e representantes de outras unidades, instituições, colegas e órgãos parceiros, assim como do campo da Saúde Coletiva.
Na abertura do ato, a Professora Cláudia Lopes e o Professor Rossano Lima fizeram um balanço da sua gestão, marcada pela pandemia de Covid-19. Destacaram o engajamento de docentes por meio da participação em comitês e entrevistas nas mídias, fato que revela o papel do IMS como referência no campo científico. Mencionaram também o desafio interno da gestão do ensino remoto emergencial e o valor da resposta coletiva construída entre estudantes (muitos deles situados na chamada “linha de frente” da resposta à pandemia), docentes e funcionários. Isto deixou lições de resiliência e resistência.
O Professor Mario Fritsch frisou a relevância das contribuições do IMS ao campo biomédico, pela liderança dos seus quadros docentes, da trajetória dos seus discentes e egressos e da sua participação na concepção e gestão da área.
A Professora Gulnar Azevedo destacou a singularidade do Instituto, como unidade dedicada à pesquisa, pós-graduação e extensão, e que, apesar do seu tamanho relativamente pequeno em comparação com outras unidades, goza de um sólido reconhecimento e liderança na universidade e no campo científico brasileiro. A reitora ponderou também os singulares desafios da universidade como entidade estadual, mas também seu protagonismo no setor científico e tecnológico regional e nacional e nos serviços à população, particularmente na área da saúde, função do Hospital Universitário Pedro Ernesto e outras unidades.
Ambas as autoridades recentemente eleitas e no início da sua gestão destacaram o caráter promissor do movimento gerado em torno da renovação das autoridades da Universidade, coletiva e democraticamente engajado nas mudanças promovidas e atento a seu insubstituível papel na sociedade.
O Professor Mario Dal Poz, começou conectando a dimensão comemorativa do evento de transmissão de cargo, também presente nas demais falas. Assim, mencionou as diversas contribuições de colegas presentes, alguns na sala e outros na memória de mais de 50 anos de presença institucional, parceria e amizade.
A seguir, caracterizou o contexto atual e as perspectivas dos próximos anos, para concluir com uma enumeração dos desafios do IMS para os próximos anos.
O Diretor empossado citou o contexto de “grandes desigualdades na sociedade brasileira, de complexificação dos sistemas de saúde no Brasil e no mundo, com o aumento gigantesco do peso e da influência do setor privado na saúde e na educação”. Mencionou também, nessa seara, “transições que incidem diretamente no campo da Saúde Coletiva, decorrentes do surgimento de campos de atuação como o meio ambiente, a saúde digital e a inteligência artificial”.
O dirigente apontou ainda a necessidade de o IMS estar presente ativamente na agenda política de saúde nacional e regional, bem como nas mídias e pela advocacy, de maneira que a produção técnica e científica de docentes e pós-graduandos oriente e auxilie processos de decisão e debates em diferentes âmbitos da sociedade e do estado.
Ao mencionar “o compromisso e obrigação de cooperar com os gestores do sistema de saúde, o SUS, nos níveis federal, estadual e municipal”, agradeceu o reconhecimento e a presença de parceiros e diversas entidades na solenidade, com quem o IMS mantém diálogos para estabelecer mecanismos e projetos de cooperação.
Conectando passado, presente e futuro – o mote desta nova gestão – o Professor Dal Poz considera “crítico consolidar as parcerias internacionais, na sequência do atual projeto de internacionalização CAPES-PrInt” e outros.
Assim, anunciou as visitas de vários pesquisadores de diversas universidades estrangeiras ao longo de 2024, “para desenvolverem atividades que acelerem nossas parcerias com essas instituições”, marcando os 50 anos do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do IMS e várias décadas desde a criação dos seus núcleos de pesquisa atualmente mais consolidados, bem como o dinamismo de colaborações emergentes.
Para isso, o Diretor empossado lembrou a necessidade de elaborar projetos e buscar fontes de financiamento sustentáveis para pesquisa, associado à garantia de recursos para o desenvolvimento do IMS.
Sumariamente, o plano de gestão esboçado pelos Professores Dal Poz e Junger associa “a manutenção e o incremento do nível de excelência acadêmica” do IMS com quatro processos pertencentes a múltiplos planos, que assim enumeraram:
• as mudanças em curso no processo de produção científica e na construção e liderança de redes de pesquisa, em colaboração com órgãos e entidades nacionais e internacionais;
• a garantia da interdisciplinaridade do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, pela ampliação de iniciativas e a oferta das disciplinas transversais às áreas de concentração, a exemplo de iniciativas recentes sobre saúde global e desigualdades no contexto da pandemia de Covid-19;
• a renovação dos processos de ensino-aprendizagem no período pós-pandemia, com o uso eficiente das tecnologias disponíveis para dar conta da oferta de cursos em diversas modalidades, com privilégio para a modalidade híbrida;
• a mudança do perfil do corpo discente, aspecto muito crítico a ser levado em conta no desenho e construção do futuro do IMS.
Concluindo sua fala, o Professor Dal Poz reiterou dois compromissos:
Em primeiro lugar, “melhorar e aumentar o grau de transparência do processo decisório das instâncias deliberativas do IMS, por meio do fortalecimento da capacidade dos seus colegiados na tomada de decisões estratégicas e num processo de comunicação ágil”.
Tal compromisso busca tornar “mais equânime e democrática, a participação de discentes, técnicos-administrativos e docentes nas atividades administrativas” da instituição.
Em segundo lugar, não menos importante e “alinhados com as propostas e ações da reitoria” da UERJ, os Professores Dal Poz e Junger defendem “discutir mecanismos e propostas para reforçar o acesso e a permanência de discentes na pós-graduação, principalmente as que promovam a inclusão e diversidade social, valores fundamentais que devem ser promovidos em todas as atividades do IMS”.
Com relação à transição geracional acima mencionada, em mensagem escrita, o Professor Washington Junger, que receberá o cargo de vice-diretor no próximo mês, reforçou o compromisso institucional de “manter o IMS na vanguarda da pesquisa em saúde, mas preservando a sua história e a contribuição dos que vieram antes de nós”.
No seu ponto de vista, “a parceria Mario-Washington representa esta transição geracional que observamos hoje no IMS”.