terça-feira, abril 23, 2024
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Brasil é foco de edição especial da Revista Internacional de Equidade em Saúde

“O Brasil é bem conhecido como um país com extremos de renda e outras desigualdades sociais. Mas nos últimos anos, o Brasil tem feito grandes avanços na extensão de uma série de proteções sociais para toda a população. As realizações notáveis incluem a obtenção de cobertura de saúde quase universal, expandindo os cuidados primários baseados na comunidade e fornecendo um programa de transferência de dinheiro condicional robusto. Esta edição especial da Revista Internacional de Equidade em Saúde apresenta uma visão geral das desigualdades em saúde no Brasil contemporâneo. Fornece um resumo dos progressos realizados e identifica as áreas prioritárias que exigirão esforços adicionais. Os artigos contidos na edição variam consideravelmente em seus métodos e abordagem, mas todos utilizam dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013) mais recente.

Com base em fortes evidências da associação entre as circunstâncias sociais e econômicas de um indivíduo (e até mesmo de uma sociedade) e sua saúde, monitorar as desigualdades na saúde tornou-se uma característica essencial da medição do progresso e desenvolvimento da saúde nacional. Tal monitoramento mostrou não só que as desigualdades de saúde estão presentes em quase todas as nações, mas que sua magnitude representa um gradiente social que se estende do mais para o menos privilegiado na sociedade. Isto implica que as políticas e os programas devem ser avaliados não apenas em termos de mudanças que podem fazer no agregado, mas também na medida em que reduzem as desigualdades sociais entre os diferentes grupos populacionais. Dado os muitos tipos de resultados de saúde e os muitos fatores pelos quais as diferentes populações podem ser comparadas, tal monitoramento e avaliação é uma tarefa assustadora que deve ser baseada em coleta e análise de dados relevantes, confiáveis e freqüentes.

Os inquéritos nacionais de saúde são ferramentas essenciais para fornecer informação fiável que possa orientar os serviços de saúde e sociais para melhor satisfazer as necessidades e expectativas da população, seja na área dos serviços de saúde, na promoção e prevenção da saúde ou em outras áreas sociais que afetam Saúde, longevidade e qualidade de vida. No Brasil, o processo de desenvolvimento da PNS teve início em 2009 com o objetivo de responder às necessidades de avaliação das políticas e programas nacionais de saúde considerados prioritários pelo Ministério da Saúde. O planejamento da pesquisa, realizada em 2013 como parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), envolveu a coleta de dados em três áreas principais: estado de saúde, serviços de saúde , Continuidade dos cuidados e financiamento dos cuidados de saúde) e vigilância dos factores de risco de doença e lesões. A equidade, meta explícita do sistema nacional de saúde brasileiro, também constituiu uma área prioritária.

Em termos de projeto, o PNS 2013 é um levantamento domiciliar representativo da população brasileira não institucionalizada nos níveis nacional, regional, estadual e da região metropolitana [4]. O PNS baseia-se na matriz de amostragem principal do IBGE selecionada por amostragem por agrupamento em três estágios (setores censitários, domicílios e indivíduos) com estratificação das unidades primárias de amostragem. No PNS 2013, 64.348 domicílios e 60.202 indivíduos foram entrevistados pessoalmente. Os resultados da pesquisa, incluindo todos os dados domésticos, individuais e biomarcadores (antropométricos, pressão arterial) estão disponíveis ao público e podem ser acessados gratuitamente e sem autorização prévia do seguinte site: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/pns/2013

Voltando à presente edição, seus 14 artigos abrangem o escopo e amplitude das desigualdades de saúde no Brasil. Eles abordam diferentes formas de avaliar a saúde e a doença da população e empregam abordagens diferentes para comparar esses resultados entre diferentes segmentos da população brasileira. Cada um desses artigos oferece uma perspectiva única sobre a magnitude ea complexidade das desigualdades na saúde e seus correlatos no Brasil; Juntos, eles fornecem partes de um roteiro maior de progresso feito e desafios futuros. Ao apresentar juntos esse panorama em uma edição, espera-se reforçar os apelos para fortalecer os programas sociais e de saúde dentro do Brasil e também contribuir para a maior conversação global e o crescente movimento social para priorizar ações que abordem os determinantes sociais da saúde e do bem-estar.

 

Confira os artigos: